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Cirurgia bariátrica para o tratamento da obesidade

A cirurgia bariátrica é o tratamento para obesidade com maior índice de sucesso. Saiba mais sobre a cirurgia. 

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A obesidade e suas causas

 

A obesidade é uma alteração da composição corporal, com determinantes genéticos e ambientais. A doença é definida por um excesso relativo ou absoluto das reservas corporais de gordura. Isso ocorre quando a oferta de calorias é maior que o gasto de energia corporal, e, frequentemente, resulta em prejuízos significantes para a saúde.

 

Desta forma, pode aumentar o risco de inúmeras outras comorbidades (doenças associadas à obesidade), como o diabetes mellitus, dislipidemias, doenças cerebrovasculares e cardíacas, hipertensão, doenças articulares degenerativas, apneia do sono, alterações da coagulação e alguns tipos de tumores como o câncer de cólon, reto e próstata em homens obesos e de câncer de mama, vesícula e endométrio em mulheres obesas. Alterações da fertilidade e do ciclo menstrual assim como colelitíase (pedras na vesícula) são outras doenças causadas pela obesidade.

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Cirurgia Bariátrica

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A cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como redução de estômago, é o tratamento para obesidade com maior índice de sucesso. Para as pessoas com obesidade que experimentaram os métodos tradicionais e falharam, a cirurgia bariátrica, que promove perda de peso, pode ser uma opção eficaz. Isso porque os estudos evidenciam que a cirurgia bariátrica tem demonstrado proporcionar o maior período de perda de peso sustentada, em comparação a outros métodos.

Como saber se você é obeso?

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O índice de massa corporal (IMC) é a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Ele é calculado dividindo o peso corporal em quilogramas (kg) pelo quadrado da altura em metros (m). A partir do resultado deste cálculo, basta olhar a tabela abaixo e saber se você tem baixo peso, peso normal, sobrepeso ou se você apresenta índices de obesidade.

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A obesidade mórbida é definida como um índice de massa corpórea maior que 40 ou 45 Kg/m2 acima do peso ideal, e apresenta consequências mórbidas orgânicas ou psicossociais.

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Calcule o seu IMC abaixo.

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​Quem pode fazer a cirurgia da obesidade?

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Conforme os preceitos médicos, a indicação cirúrgica deve ser decidida sob a análise de três critérios: IMC, idade e tempo da doença.

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Em relação ao índice de massa corpórea (IMC)

• IMC acima de 40 kg/m², independentemente da presença de comorbidades.

• IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de, pelo menos, duas comorbidades.

• IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um médico especialista na respectiva área da doença. É também obrigatória a constatação de “intratabilidade clínica da obesidade” por um endocrinologista.

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De acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina (Resolução 2.131/15/CFM), são 21 as comorbidades associadas à obesidade que podem levar à indicação da cirurgia bariátrica.

 

-diabetes;

-apneia do sono;

-hipertensão arterial;

-dislipidemia;

-doenças cardiovasculares, incluindo doença arterial coronariana, infarto de miorcárdio (IM), angina, insuficiência cardíaca congestiva (ICC), acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial, cardiomiopatia dilatada, cor pulmonale e síndrome de hipoventilação;

-asma grave não controlada;

-osteoartroses;

-hérnias discais;

-refluxo gastroesofageano com indicação cirúrgica;

-colecistopatia calculosa;

- pancreatites agudas de repetição;

- esteatose hepática;

-incontinência urinária de esforço na mulher;

-infertilidade masculina e feminina;

-disfunção erétil;

-síndrome dos ovários policísticos;

-veias varicosas;

-doença hemorroidária;

-hipertensão intracraniana idiopática (pseudotumor cerebri);

-estigmatização social;

-depressão.

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Em relação à idade

• Abaixo de 16 anos: exceto em caso de síndrome genética, quando a indicação é unânime, o Consenso Bariátrico recomenda que, nessa faixa etária, os riscos sejam avaliados por cirurgião e equipe multidisciplinar. A operação deve ser consentida pela família ou responsável legal e estes devem acompanhar o paciente no período de recuperação.

• Entre 16 e 18 anos: sempre que houver indicação e consenso entre a família ou o responsável pelo paciente e a equipe multidisciplinar.

• Entre 18 e 65 anos: sem restrições quanto à idade.

• Acima de 65 anos: avaliação individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de comorbidades, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento.

 

Em relação ao tempo da doença

Apresentar IMC e comorbidades em faixa de risco há pelo menos dois anos e ter realizado tratamentos convencionais prévios. Além disso, ter tido insucesso ou recidiva do peso, verificados por meio de dados colhidos do histórico clínico do paciente.

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Contraindicações

Existem contraindicações para a realização desta cirurgia como, por exemplo, cirrose  hepática, algumas doenças renais e psiquiátricas graves, vícios (droga, alcoolismo) e disfunções hormonais. Todas devem ser avaliadas por profissionais com prática e conhecimento aprofundado no assunto.

 

​Quais são os tipos de cirurgia bariátrica?


O princípio básico das técnicas utilizadas é a restrição e a disabsorção. No momento atual, as cirurgias bariátricas podem ser classificadas em dois grandes grupos: restritivas e restritivas-disabsortivas (mistos).
 

No primeiro grupo há uma redução do tamanho do estômago causando uma restrição da quantidade ingerida. Existem duas variações principais denominadas: banda gástrica ajustável e gastrectomia vertical ou Sleeve gastrectomia.


A banda gástrica ajustável é uma opção é pouco realizada no Brasil, pois ainda enfrenta restrição por desconhecimento da técnica. A pouco mais de 8 anos ela passou a ser realizada no país, pois já era parte inicial de uma técnica que tem indicações mais restritas a derivação biliopancreática.
 

Já a gastrectomia vertical consiste na ressecção de aproximadamente 2/3 do estômago  e notadamente a parte que secreta hormônios estimulantes do apetite, deixando o órgão em formato de tubo (ou manga de camisa) levando o paciente a uma saciedade com menor quantidade de alimento.

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O segundo grupo de procedimentos são os restritivos-disabsortivos consistem na redução do tamanho do estômago associado a um desvio intestinal o que acarreta disabsorção alimentar. A gastroplastia com by-pass em Y de Roux ou cirurgia de Capella ou Fobi-Capella é a principal cirurgia realizada. Além da restrição causada pela diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena disabsorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado. As perdas nutricionais devem ser repostas com uso contínuo de medicamentos.

 



 

 



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​Acompanhamento pré e pós-cirúrgico com equipe multidisciplinar


O indivíduo candidato à cirurgia bariátrica precisa, necessariamente, ser submetido a uma avaliação da equipe multiprofissional, com intuito de promover, se necessário, tratamentos prévios à cirurgia, traçar seu delineamento psicológico, facilitar a compreensão do que ocorrerá em seu organismo, entender suas restrições alimentares, a consequência de um possível abuso dietético, além de submeter a diversos exames clínicos, bioquímicos que, juntos, fornecerão um perfil do futuro operado.

 

Conhecer e criar EMPATIA com a equipe é muito importante para a permanência do paciente no seguimento do tratamento. O acompanhamento multiprofissional é fundamental para evitar que paciente volte a engordar após cirurgia bariátrica.Os pacientes submetidos à gastroplastia redutora devem ser acompanhados, recebendo orientações específicas para elaboração de uma dieta equilibrada. A adesão ao tratamento deverá ser avaliada continuamente por uma equipe multidisciplinar e o seguimento deverá ser rigoroso.

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